Questão Redação técnica PF. Por Roner S Gama*


As questões abaixo são de uma prova para  AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL, aplicada no ano de 2012.  Banca examinadora  CESPE. 
 
22 A estrutura do telegrama e da mensagem por correio eletrônico de caráter oficial é flexível.
23 As comunicações oficiais emitidas pelo presidente da República, por chefes de poderes e por ministros de Estado devem apresentar ao final, além do nome da pessoa que as expede, o cargo ocupado por ela.
24 O referido manual estabelece o emprego de dois fechos para comunicação oficiais: Respeitosamente, para autoridades superiores; e Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável a comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.
25 A menos que o expediente seja de mero encaminhamento de documentos, o texto de comunicações como aviso, ofício e memorando, que seguem o padrão ofício, deve conter três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
26 A exposição de motivos de caráter meramente informativo deve apresentar, na introdução, no desenvolvimento e na conclusão, a sugestão de adoção de uma medida ou de edição de um ato normativo, além do problema inicial que justifique a proposta indicada.

RESPOSTAS:
QUESTÃO 22-Errado: Telegrama: “Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet.”
Mensagem: As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda:
Mensagem no b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.

QUESTÃO 23- Errada. A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

 QUESTÃO  24- Correto:Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.”
O referido manual estabelece o emprego de dois fechos para comunicações oficiais: Respeitosamente, para autoridades superiores; e Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável a comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.
QUESTÃO 25- CERTO e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue
a forma direta;
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
__ A menos que o expediente seja de mero encaminhamento de documentos, o texto de comunicações como aviso, ofício e memorando, que seguem o padrão ofício, deve conter três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
26. CERTA A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício,( ou seja introdução , desenvolvimento e conclusão).
 Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo proposto;
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos , devidamente preenchido, de acordo com o modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002.

COMENTÁRIO
Particularmente, discordo do posicionamento da banca, em relação a questão 26, por dois motivos :
1) A questão diz “exposição de motivos de caráter meramente informativo”, já o manual é bem claro : uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
"Mero" e "exclusivo" apresentam significados distintos. Aquele quer dizer simples, este outro significa privativo, restrito, que exclui.
2) O segundo ponto a considerar é que a questão diz a sugestão de adoção de uma medida ou de edição de um ato normativo, além do problema inicial que justifique a proposta indicada.” Mas a sugestão de adoção de medidas ou de edição de ato normativo se encontra na exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada e que apresenta também introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução se apresenta o problema, no desenvolvimento se apresenta uma proposta de solução e o porquê e na conclusãonovamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.”
Diante do exposto discordo da banca .A meu ver a  questão 26 está errada.



* Roner S Gama. Licenciado em Letras Português com especialização em Revisão Textual, Orientador Metodológico e Professor de Redação Técnica. 
contatos: ronergama@gmail.com; 61 9 96556072; 61 9 81575076.


REFORMA NO ENSINO MÉDIO. Modelo para o mercado. Por Ana Paula Lisboa.



Modelo para o mercado.


"O modelo atual não prepara para nada, por isso nossos ganhos e produtividade são baixos”


Professora do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB), Débora Barem acredita que os jovens chegam ao mercado de trabalho com diversas carências da época da escola. Se o Projeto de Lei (PL) nº 6840/2013 virar realidade, os problemas não serão todos resolvidos, mas há chances de melhorar estruturas consideradas antigas, na visão do docente. “A opção de cursar uma formação técnica concomitantemente é boa, pois as empresas e indústrias precisam de profissionais com preparo técnico, e essas pessoas sairão da escola com uma profissão de interesse delas”, diz.
A especialista em mercado de trabalho cobra ainda uma postura mais ativa dos próprios estudantes, que “não devem apenas esperar que a escola os ajude ou prepare para a vida e a carreira”. Coordenadora pedagógica do Colégio Notre Dame, Patrícia Jardim concorda com o alerta e garante que uma boa formação só se realiza com o interesse de quem assiste às aulas. “A escola dá as ferramentas, mas o aluno precisa fazer a parte dele”. Ela acredita que o ensino integral é bem-vindo, mas existem duas realidades distantes. “Na rede particular em geral, existe estrutura para turno integral; o que não acontece na pública”.
Problema reiterado por Janaína Moreira, diretora do Centro de Ensino Médio (CEM) Setor Leste, na 611/612 Sul. “Não tem como o aluno ficar o dia inteiro, se não temos laboratórios, por exemplo”. Formada em química, Janaína acredita que a mudança é bem-vinda. “Os jovens se sentiriam mais estimulados, pois estudariam o que gostam, sem deixar de saber das outras matérias, o que poderia diminuir o índice de reprovação e evasão”, diz. A preocupação da diretora é que os estudantes ainda não estejam maduros o suficiente para tomar decisões.
Preparação específica?
A partir do PL nº 6840/2013, Reginaldo Lopes (PT/MG) defende que o ensino médio não seria necessariamente mais voltado para o mercado de trabalho, mas, com certeza, teria maior foco no aluno. “Ele dá ao estudante o protagonismo de escolher um itinerário formativo, de decidir o que quer estudar mais a partir do que pretende fazer”, afirma. A possibilidade não mudaria os passos para entrar no técnico ou no ensino superior: mesmo que a formação tenha uma ênfase, todos os concluintes estarão aptos a optar por qualquer  um dos dois caminhos, pois terão estudado os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O percentual de material que caberá à base e que ficará livre para ênfase ainda não foi definido, mas Reginaldo Lopes é favorável de que a proporção seja de 70% e de 30%.
“Educação é investimento. Se aplicarmos 10% do PIB em educação, teremos a solução”, disse Lopes quando questionado sobre o impacto orçamentário das mudanças. “O currículo atual está desconectado até do passaporte para o futuro, que é o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que se baseia em áreas do conhecimento”. Marcelo Feres, ex-secretário de Educação Profissional e Tecnológica, avalia que o ensino técnico alia tecnologia e formação para uma carreira, enquanto o ensino médio é muito conteudista e explora mais a ciência. Ele defende que a educação, no geral, não precisa ter como maior foco o mercado de trabalho. “Não podemos ser estritamente utilitaristas. Precisamos investir em conteúdos básicos, mas é preciso dar condições de que os alunos tenham opções”.
Para atender o mercado de trabalho, o diretor de Operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Gustavo Leal, acredita que é importante o investimento no ensino fundamental, para que os jovens cheguem bem ao ensino médio. “É nessa segunda etapa que serão reforçados os alicerces lá de trás”. Não visão dele, os conteúdos não precisam ser voltados ao trabalho , pois, “se os estudantes aprenderem bem matemática, português e o inglês, terão uma base para alternativas de futuro”. João Batista Araújo Oliveira ocupou cargos em organismos nacionais e internacionais, foi secretário-executivo do MEC (1995), é fundador e presidente do Instituto Alfa e Beto , ONG promotora de políticas práticas de educação que priorizam a alfabetização, e defende que a preparação para a carreira é importante.
“Temos que preparar para o mercado de trabalho e não para a universidade. Ensino superior não é de massa porque não tem nem vaga para tudo isso. O modelo atual não prepara para nada, por isso nossos ganhos e produtividade são baixos”. Ele lista uma série de lacunas no ensino médio, mas acredita que o PL 6840/2013 não é o caminho para saná-las. “Essa proposta atende interesses corporativistas para assegurar número de horas- aula. O PL é escrito para acomodar vários interesses. Precisamos de uma lei clara assegurando a diversificação de opções; 21 leis emendaram a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira), não será mais uma que resolverá”, critica. O mais importante para ele é melhorar o investimento para que meninos e meninas aprendam bem português e matemática.

Fonte: Correio Braziliense, 18 de setembro de 2018. Caderno Trabalho, p. 4.

ATENÇÃO DF E ENTORNO! O INSTITUTO IDESB OFERECE CURSO DE NÍVEL SUPERIOR DE TECNOLÓGO EM SEGURANÇA PÚBLICA.

Para os estudantes egressos do nível médio, ou para aqueles que querem  conhecer o funcionamento, legislação e peculiaridades da atividade policial, o Instituto IDESB (Taguatinga-DF) está com vagas abertas para o curso superior TECNOLÓGO EM SEGURANÇA PÚBLICA. 

 

INÍCIO : 03 DE NOVEMBRO DE 2016


Intituto Idesb
Contatos: (61) 3202 7045; (61) 32027047 (61)  9 8183 1881;



Mais educação menos violência.



Entre os muitos indicadores sociais e econômicos que colocam o Brasil em situação difícil, estão os dados de homicídio. Por ano, cerca de 60 mil pessoas são assassinadas, ou seja, 10% do número de mortes por violência no planeta. Entre as vítimas, 53% são jovens, na faixa de 15 a 24 anos. Na outra ponta, estudo lançado, na quinta-feira, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), reforça a importância da educação na redução da violência que afeta a todos independentemente da idade. A cada 1% a mais de jovens na escola há uma queda de 2% na taxa de crimes letais.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado no mesmo dia, mostrou que a educação no país vai de mal a pior na maioria das unidades da Federação. Realizado a cada dois anos, envolvendo as redes públicas e privadas, o estudo mostrou que o ensino médio, que concentra os jovens, está estagnado, longe de alcançar a meta de 4,3 definida para o último biênio. Permaneceu com índice de 3,7 aferido em 2011, na média dos estabelecimentos de ensino. As causas são as mais variáveis e entre elas está a incapacidade de a escola ser atraente aos alunos.
O artigo de Daniel Cerqueira, técnico em planejamento e pesquisa do Ipea,  sobre criminalidade e o papel da educação, destaca que “o modelo educacional brasileiro procura precipuamente incutir na memória de crianças e adolescente um conjunto enciclopédico de informações que não dizem respeito às motivações dos estudantes”. Mas outros fatores também influenciam o comportamento de crianças e jovens, a começar pela família. No espaço da casa, os conflitos entre os pais, pelos mais diversos motivos, comprometem a formação da criança e do adolescente. As crises domésticas são mais intensas em lares com baixo poder aquisitivo, onde a carência de meios básicos à sobrevivência, invariavelmente, estimula os estranhamentos entre os integrantes do grupo familiar, o que impõe desvantagens às crianças.
A escola, por sua vez, enfrenta dificuldades para lidar com jovens saídos de ambientes desestruturados e neles introjetar valores de sociabilidade e cidadania. Além disso, quando mais velhos, eles sofrem também a truculência de agentes externos, sobretudo policiais que atuam em regiões carentes, onde o índice de violência tende a ser  mais elevado. Nesse processo, o jovem está pronto para reproduzir onde vive as agressões enfrentadas dentro e fora do lar.
Tanto o resultado do Ideb quanto o estudo do Ipea indicam que o poder público tem que repensar a educação como instrumento inclusivo e estimulador à reconstrução de uma sociedade em que os valores da cultura de paz sejam dominantes. Dessa forma será possível tirar o Brasil do ranking mundial das nações  mais violentas. Trata-se de tarefa que começa pela revisão dos conteúdos didáticos, afinando-os com a realidade da vida das crianças e jovens.
Os técnicos reconhecem que grande parte do conteúdo das disciplinas é desinteressante, estão em plano abstrato inalcançável ante a realidade em que vivem os estudantes. Esse distanciamento leva à reprovação e, por fim, à evasão escolar. Sem chances no mercado de trabalho, por falta de capacitação, a rua é o destino do jovem. É nesse espaço que ele se torna vulnerável à criminalidade, sendo autor e vítima dos atos de violência. A superação passa por políticas que reduzam as desigualdades socioeconômicas e sejam, ao mesmo, capazes de transformar a escola em ambiente agradável, onde o conhecimento seja inspirador e capaz de formar cidadãos para as questões práticas exigidas pela vida.

Fonte: Correio Braziliense, 11 de setembro de 2016. Editorial. Visão do Correio. 


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