O MITO E O POLÍTICO BOLSONARO


A atual crise de pandemia, atrelada a crise econômica e social que vai se instalando exige que tenhamos um presidente político, o que não quer dizer que será corrupto ou coisa semelhante. Político aqui é no sentido de articular as forças políticas da República para um bem comum, o combate à Pandemia, a retomada do crescimento. Político faz o que tem que ser feito, política.

Acompanhando debates nas redes sociais, é perceptível que o eleitorado mais aguerrido do presidente da República não consegue distinguir o MITO, personagem criado para o período eleitoral, e o político JAIR MESSIAS BOLSONARO.

O MITO é uma ficção que colou em um eleitorado cansado das mazelas petistas e da sucessivos escândalos de corrupção. Bolsaro passou incólume ao longo de seus 28 anos como parlamentar. Nada foi encontrado que desabonasse sua conduta. Podia emparedar seus adversários sem temor do contraponto, pois seu telhado não era de vidro. O MITO colou, passou pelas urnas e hoje governa o país. Observação: governa para TODOS os mais de 200 milhões de brasileiros, e não somente para seu eleitorado, ao menos deveria ser assim.

Eleito presidente, é hora de governar, fazer política de fato. Nesses momentos as coisas se tornaram um tanto confusas, pois o MITO, personagem, pareceu se sobressair mais que o político BOLSONARO. Mas só enquanto foi conveniente. Agora, diante de uma crise global e que acertou em cheio a retomada do crescimento, emerge o político, o que tem sido difícil digerir por seus apoiadores.

A atual crise de pandemia, atrelada a crise econômica e social que vai se instalando exige que tenhamos um presidente político, o que não quer dizer que será corrupto ou coisa semelhante. Político aqui é no sentido de articular as forças políticas da República para um bem comum, o combate à Pandemia, a retomada do crescimento. Político faz o que tem que ser feito, política.

Bolsonaro já percebeu que precisa tirar a roupa do personagem, e começar a atuar como político que sempre foi. Os sinais são claros, a demissão de Mandeta, aproximação com Roberto Jeferson (PTB), aproximação com o Governador do DF Ibaneiz (MDB) e com o centrão. As eleições para troca do comando da Câmara serão em janeiro de 2021. O presidente precisa emplacar alguém que esteja alinhado com o palácio do planalto, para tanto, terá que articular uma base aliada.  Como MITO, jamais conseguirá, como político, quem sabe.

Por Roner Gama

 

The Streets of New York City Under Quarantine | The New Yorker

A VONTADE DE PODER DA SANTÍSSIMA TRINDADE BOLSONARIANA E A CRUZADA CONTRA OS MENSAGEIROS DO COVID-19*.

Há um cálculo na jogada da Santíssima Trindade (Pai, Filho e as Fakenews). A retórica libertária antissistema – “não tô nem aí”– substitui a condução política “impura”do Estado por um comando missionário “puro” da nação. Em vez de agir como  governante, age intencionalmente como um mártir destemido, independente e visionário, o ELEITO, que vive o RITO do sacrifício público das desmoralizações, xingamentos e panelaços dos eleitores para se fazer MITO.
 
“Ser (do) contra” o seu próprio governo é uma tática para obter um poder virtuoso acima da política corruptora da “boa ordem, da boa moral, dos bons costumes”. Um jogo do ganha ou ganha de qualquer modo. Ele é a unidade na revolta: um artilheiro solitário do exército “contra tudo que tá aí”, contra si mesmo se preciso manipular for. Um artilheiro, com a língua feito mira giratória, que precisa ser perseguido por todos e injustiçado pelos seus. É assim que ele ganha novas adesões. Apresenta-se como a Grande Vítima que serve de saco de pancadas no lugar do povo simples, ordeiro e trabalhador porque é o seu Grande Irmão: aquele que apanha no seu lugar para te defender e, com isso, ter o privilégio de ser sempre o primeiro a bater em você. Ele é o combatente que, ao sobreviver a agonia de ser traído por dentro, tem a missão heroica de denunciar tudo, todos, ele mesmo. Ele, o (des)político (des)comprometido que faz e desfaz o que não fez para despolitizar o rebanho, provocando um estado de susto que alerta suas ovelhas contra as tramoias dos outros, as raposas da política. Os outros tem ideologia, ele tem a verdade revelada. 
 
A unidade é ele, o profeta que cura o rebanho e o chefe tribal que leva a Terra sem Males. A unidade do pensamento único, totalitário-afetivo que faz crer que os ELEITORES são especiais porque foram por ele ELEITOS quando aceitaram o chamado da cruzada moral libertadora em seus corações. Foram escolhidos para viverem a sina do rebanho imunizado que reconhece a sua desigualdade como “natural” e aceita as perdas de direitos como o preço a ser pago para seguir glorioso na sanha da travessia fantasiosa para a terra prometida. Foram escolhidos para viverem diariamente as batalhas apocalípticas do juízo final porque estão curados pela palavra (des)ideologizadora.
 
Agora, a batalha é contra o COVID e seu exército de mensageiros e devotos (STF, parlamentares, governadores, prefeitos, ministros tomados pelos demônios da OMS, mídias, esquerdistas, etc.) para salvar vida: a vida política dele que foi eleito presidente. 
 
*Por Jacqueline Muniz, Antropóloga. 01/04/2020

 retórica libertária antissistema – “não tô nem aí”– substitui a condução política “impura”do Estado por um comando missionário “puro” da nação

ACOMPANHE EM TEMPO REAL A EVOLUÇÃO DO COVID-19 NO BRASIL E NO MUNDO.

A plataforma criada e mantida pela OMS disponibiliza diariamente atualizações de evolução do COVID-19 em todos os continentes.


C
lique no link: < https://experience.arcgis.com/experience/685d0ace521648f8a5beeeee1b9125cd >


Pelas informações disponibilizadas na data de hoje, 29/03, o ranqueamento de número de infecções é:
1º. Itália com 86.498 casos;
2º. EUA com 85.228 casos;
3º. China com 82.230 casos;
4º Alemanha com 42.582 casos;
...
O Brasil aparece na 21º posição com 2915 casos.

O Covid-19 já contabiliza 26.654 (vinte e seis mil seiscentos e cinquenta e quatro) mortos em todos os continentes.

Por Roner Gama

A APOSTA ARRISCADA DE JAIR BOLSONARO

Praça São Pedro- Vaticano



A imagem do Papa Francisco sozinho na Praça de São Pedro é emblemática da situação em que o mundo vive atualmente por conta da pandemia provocada pelo Covid-19, ou Coronavírus.
O cenário mundial é de terror. Mortos já se contam aos milhares na Itália, Espanha, e avançam nos Estados Unidos. Na China, origem da Pandemia, após contabilizar mais de 3 mil óbitos, tudo indica que conseguiram colocar sob controle o avanço da epidemia.  A Índia declarou quarentena para uma das maiores populações do mundo, são mais de 1 bilhão de cidadãos. Difícil saber se conseguirão.
Aqui em terra tupiniquins, onde a política complica ainda mais os fatos, o presidente Jair Bolsonaro praticamente abriu uma guerra contra a imprensa e os 27 governadores Estaduais ao sugerir o fim da quarentena imposta pelos chefes do executivo locais.
De fato, se o país continuar paralisado, uma recessão ainda maior do que a deixada pela administração petista pode complicar seus planos (de Jair Bolsonaro) para 2022. Em uma análise interessante, o jornalista Carlos Alexandre de Souza (CB, 28/03/2020) alerta-nos da lógica bolsonarista para quem os  “Mortos não votam, ao contrário dos atingidos pela crise”.
De forma sucinta, alguns pontos  precisam ser atacados, tanto pelo governo federal, quanto por Estados: 1) Evitar o colapso do frágil sistema de saúde; 2) Minimizar o contágio e, consequentemente, o número de mortos; 3) evitar o colapso econômico do País.
O presidente Jair Bolsonaro faz um jogo arriscado ao polarizar com governadores, e, com os fatos, que estão aí mundialmente evidentes. Diante dessa situação, estamos (nós, o povo) a mercê das circunstâncias políticas e econômicas dos eventos que se sucederam tão rápidas que nos fogem a compreensão.
Uma coisa é certa, queremos trabalhar e prosperar, mas com a certeza de que medidas sérias e sinceras estão sendo tomadas por governantes (de todas as esferas de poder) para minimizar os riscos decorrentes da Pandemia do Covid-19. A nós, gente comum, não nos interessa se estão preocupados com as eleições de 2022, porque estamos preocupados é com o “pão nosso de cada dia”.

Por Roner Gama.

A saúva e o Brasil. Por Alexandre Garcia*


 a verdade, o que estamos semeando se chama depressão. Sem produção não há arrecadação para custear a saúde e pagar o funcionalismo. Sem produção não se pagam impostos nem credores nem empregados.

 
Há 200 anos, o naturalista francês Auguste de Saint Hilaire, que percorreu o Brasil por seis anos, advertiu: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”. Nestes tempos de recolhimento que nos fazem pensar, a advertência continua atual. A formiga já está sobe controle, mas há muitas saúvas que insistem em acabar com o país, ainda que depois da devastação nada mais tenham para se sustentar. Entre elas está a saúva do masoquismo. Não precisamos sofrer para pagarmos nossos pecados e ganhar a vida eterna. Se ficarmos à mercê dos arautos do medo, seremos presa dessa saúva. Intimida e reina.
Nesta virose, aplaudimos enterros e corruptos e ignoramos heróis, Amyr Klink atravessou remando sozinho o Atlântico Sul, na Namíbia à Bahia, que não lhe caiu um único pedaço de papel picado nas grandes avenidas do país. A professora Helley Batista deu a vida salvando 25 crianças, mas é uma desconhecida na maioria das escolas brasileiras. Entregamos os impostos gerados pelo nosso trabalho aos que saqueavam nossas estatais e serviços públicos e não apenas ficamos calados, mas os reelegemos.
Agora, o herói é o coronavírus. O Brasil está posto de joelhos diante dele. Virose, neurose, psicose, são apenas rimas e não são a solução. Estão sendo cautelosos os economistas que preveem uma profunda recessão se continuarmos assim. Na verdade, o que estamos semeando se chama depressão. Sem produção não há arrecadação para custear a saúde e pagar o funcionalismo. Sem produção não se pagam impostos nem credores nem empregados.  Sem caixa, companhias aéreas não pagam combustível e não decolam. Sem dinheiro, não se come. E dinheiro não cai do céu nem vem de graça como o vírus.
Municípios com zero coronavírus foram paralisados por prefeitos com neurose agravada pela proximidade da eleição municipal. Não há soluções simples. A Itália pôs todos em casa, e os jovens levaram o vírus para os idosos acamados em domicílio. É preciso proteger os de saúde já debilitada, e considerar que o Brasil é um país continente. O que é preciso fazer em São Paulo ao será preciso no Pará. O que é preciso fazer onde houver um único caso não será necessário em lugar sem registro algum do vírus. Quase 30% da população da Itália  são de idosos. Europeus ainda fumam muito; nós estamos entre os países com menos fumantes, com menos gente de risco. Então, é preciso a cada dia avaliar a atividade do vírus e a atividade econômica. E dar a ambos a dose certa para preservar os brasileiros. 

*Publicado no Correio Braziliense, de 25 de março de 2020, caderno Política, p.3.

COMENTO

O presidente Jair Bolsonaro é muito espontâneo, um falastrão a bem da verdade. No entanto, nesse ponto especificamente devo concordar que a situação de paralisação do país é preocupante, pois pode nos levar a uma recessão pior do que a deixada pelo último governante petista.  
Como bem ressaltado no texto, é preciso avaliar e monitorar a evolução epidêmica do Covid-19 concomitantemente ao desempenho da economia. Devemos nos lembrar que o país ainda possui milhões de miseráveis e desempregados. A paralisação de indústrias, comércio e serviços por um longo período deixará uma legado  pior do que o Corona Vírus. 
Aguardemos quais decisões governos estaduais e federal vão adotar para que possamos retornar às atividades de maneira tranquila, mas com responsabilidade. 

Roner Gama

A LEI 6517/2020 E A NECESSÁRIA INTEGRAÇÃO DAS BASES DE DADOS DA SEGURANÇA PÚBLICA.


LEI Nº 6.517, DE 04 DE MARÇO DE 2020-03-24
(Autoria do Projeto : Deputado Hermeto) 

Dispõe sobre a integração dos sistemas e bancos de dados dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal.
O Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal promulga, nos termos do §6º do art. 74 da Lei Orgânica do Distrito Federal, a seguinte Lei, oriunda de Projeto vetado pelo Governador do Distrito Federal e mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal:
Art.1º Fica estabelecido o prazo máximo de 1 ano da publicação desta Lei para integração dos sistemas e bancos de dados dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal.
Parágrafo único. Devem contar do rol de integração, obrigatoriamente, os sistemas:
I -  Sistema Gerenciador de Ocorrências – SGO, da Secretaria de Estado de Segurança Pública;
II - Millenium e Siapen, da Polícia Civil do Distrito Federal;
III - Gênesis, da Polícia Militar do Distrito Federal;
IV - Getran/ CCOTRAN – GERCOP, do Departamento de Trânsito do Distrito Federal.
Art. 2º A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federa deve envidar esforços para realizar convênios para integração com sistemas e bancos de dados dos órgãos de outros entes da federação, especialmente com os integrantes operacionais do Sistema Único de Segurança Pública.
Art. 3º O não cumprimento do prazo de integração previsto no art. 1º e a recurs ou omissão, sem justificação adequada, do previsto no art. 2º importam em crime de responsabilidade das autoridades competentes.
Parágrafo único. Consideram-se omissão as solicitações , requisições e disponibilizações recebidas de órgãos de outros entes federativos, com intuito de promover integração de sistemas ou bancos de dados, não respondidas no prazo máximo de 30 dias.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 12 de março de 2020
DEPUTADO RAFAEL PRUDENTE
Presidente

COMENTO


Com o um sistema punitivo paternalista que vige no país e extremos de desigualdades social, tem-se  aí a fórmula para que brote em todo território nacional a criminalidade em todas as suas facetas, do furto ao narcotráfico, do roubo ao homicídio. A integração proposta na Lei 6517/2020 proporcionará aos gestores de segurança pública: I) Informações para tomada de decisões em suas respectivas áreas de atuação; II) Potencializar as atividades de inteligência em suas respectivas corporações.

Deve-se considerar ainda o disposto na Política Nacional de Inteligência (ABIN) "A atividade de Inteligência deve possuir abrangência tal que lhe possibilite identificar ameaças, riscos e oportunidades ao País e à sua população".  Dessa forma, a lei de autoria do nobre deputado Hermeto chega em momento mais que oportuno. Ao fim, espera-se que a integração possibilite a diminuição do crime e da violência que assola algumas regiões do DF. O maior beneficiário com a referida lei deve ser, de fato, a população do Distrito Federal. 

Roner Gama

REVISÃO TEXTUAL E ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA

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