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Mostrando postagens de 2014

TEXTO PARA REFLEXÃO: "A ARTE DE MORRER".

A ARTE DE MORRER . “Mas como se ririam então, e como pasmariam de nós aqueles homens imortais! Como se ririam das nossas loucuras, como pasmariam da nossa cegueira, vendo-nos tão ocupados, tão solícitos, tão desvelados pela nossa vidazinha de dois dias, e tão esquecidos e descuidados da morte, como se fôramos tão imortais como eles? Eles sem dor, nem enfermidade; nós enfermos, e gemendo; eles vivendo sempre; nós morrendo; eles não sabendo o nome à sepultura; nós enterrando uns aos outros. Eles gozando o mundo em paz; e nós fazendo demandas e guerras pelo que não havemos de gozar. Homenzinhos miseráveis (haviam de dizer), homenzinhos miseráveis, loucos, insensatos, não vedes que sois mortais? Não vedes que haveis de acabar amanhã? Não vedes que vos hão-de meter debaixo de uma sepultura, e que de tudo quanto andais afanando e adquirindo, não haveis de lograr mais que seis pés de terra! Que doidice, e que cegueira é logo a vossa? Não sendo como nós, quereis viver como nós? Assim ...

Outra visão sobre Ninfomaníaca.

Para a sociedade, “vício em sexo” é doença. Para Lars Von Trier, apenas mais uma das verdades inconvenientes que a burguesia não quer escutar, para não se sentir doente. Por  Bruno Lorenzatto* Joe, a personagem principal de  Ninfomaníaca , não é louca ou alienada, mas seu comportamento ou modo de vida é patologizado pela psiquiatria. Sua doença? O sexo compulsivo. Numa época em que a norma ou o normal significam nada menos que a produção e multiplicação das patologizações, das classificações intermináveis dos modos de vida como doenças possíveis, Joe é a resistência da vida que não se deixa capturar pelo discurso médico-psiquiátrico, isto é, em certo sentido, o discurso moral. De maneira que seus modos de subjetivação (isto é, como Joe se constitui como sujeito moral, racional, sexual etc no interior da sociedade) questionam o padrão, a norma, a pretensa igualdade entre os seres: a concretude da existência contra a abstração metafísica, tal é a luta que está em jogo e...

MEU FILME DO FERIADÃO: "PIAF- UM HINO AO AMOR".

PIAF,  UMA HINO AO AMOR. Aproveitei o feriadão, deste carnaval de 2014, para assistir “PIAF”, há tempos que pretendia vê-lo, mas as diversas ocupações e preocupações não me permitiam. O filme é um relato da vida e carreira da cantora francesa Edith Piaf, tem como  como diretor Olivier Dahan  e estrelado por Marion Cotillard no papel de Edith. Prende-se ao relato cinematográfico desde as primeiras cenas, estas não seguem o roteiro tradicional de início, meio e fim. Inicia-se pelo declínio físico da protagonista, intercalada com o relato dos primórdios de sua trágica vida. Essas sequências de cenas que se alternam entre fim, meio e início levam o espectador a uma comparação entre os eventos que se sucederam ao longo da vida da protagonista e sua trajetória artística. Toda a película tem como centro a pessoa de Edith, ela é estrela, o sol ao redor do qual giram outros atores secundários. Os cenários são sempre alternados entre a claridade e a meia-luz, nunca a es...