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MARIZA- AS MENINAS DOS MEUS OLHOS

Poemas de João Cabral de Melo Neto


1.
Toda a manhã consumida
como um sol imóvel
diante da folha em branco:
princípio do mundo, lua nova.
Já não podias desenhar
sequer uma linha;
um nome, sequer uma flor
desabrochava no verão da mesa:
nem no meio-dia iluminado,
cada dia comprado,
do papel, que pode aceitar,
contudo, qualquer mundo.
2.
A noite inteira o poeta
em sua mesa, tentando
salvar da morte os monstros
germinados em seu tinteiro.
Monstros, bichos, fantasmas
de palavras, circulando,
urinando sobre o papel,
sujando-o com seu carvão.
Carvão de lápis, carvão
da idéia fixa, carvão
da emoção extinta, carvão
consumido nos sonhos.
3.
A luta branca sobre o papel
que o poeta evita,
luta branca onde corre o sangue
de suas veias de água salgada.
A física do susto percebida
entre os gestos diários;
susto das coisas jamais pousadas
porém imóveis - naturezas vivas.
E as vinte palavras recolhidas
as águas salgadas do poeta
e de que se servirá o poeta
em sua máquina útil.
Vinte palavras sempre as mesmas
de que conhece o funcionamento,
a evaporação, a densidade
menor que a do ar

QUE SEJA ETERNO, ENQUANTO DURE.

Pensei em ti, pensei em mim
Senti você, lembrei de nós
Fotografia "congelada" em minha memória
Desejo que este sonho 
seja eterno,para que eterna 
seja você
Para que eterno seja o que sinto
por ti, por mim

(Gamatustra)










O PREÇO DA FLOR- MALLU MAGALHÃES.




Qual preço dessa flor
Que vem de um lote enumerado
Fabricação no estado do Rio
E tem
Alfinete tão fechado
Tão desacostumado com o frio

Mas encondo o desejo
Escolho no bairro
Um lugar de esconder
E vai
Mais um quase beijo
Porque só a noite cobre
Os defeitos do ser

Qual preço dessa flor?
Que vai entre os tantos fios
De cabelo nos vazios de cor
E cai se o vento sopra a prova
Que a boca seca tem seu sabor

Mas encolho os dedos
E aperto nos olhos
O medo do fugir

E vai
Mais um quase toque
Na pele que arde
De tanto fingir

Qual preço dessa flor?
Que cai do lote enumerado
Sem fabricação ou estado de Rio
E tem
Alfinete tão fechado
Tão desacostumado com o frio

Mas encolho os dedos
E aperto em olhos
O medo de fugir

E vai
Mais um quase toque
Da boca que arde
De tanto fingir

Onde anda você.-Vinícius de Moraes.



E por falar em saudade onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou louco de tanto prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava,onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares,que apesar dos pesares,
Me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
Onde anda você?

Composição : Toquinho / Vinicius de Moraes / Hermano Silva

A CIDADE IDEAL- CHICO BUARQUE

CACHORRO
A cidade ideal dum cachorro
Tem um poste por metro quadrado
Não tem carro, não corro, não morro
E também nunca fico apertado

GALINHA
A cidade ideal da galinha
Tem as ruas cheias de minhoca
A barriga fica tão quentinha
Que transforma o milho em pipoca

CRIANÇAS
Atenção porque nesta cidade
Corre-se a toda velocidade
E atenção que o negócio está perto
Restaurante assando galeto

TODOS
Mas não, mas não
O sonho é meu e eu sonho que
Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
Fossem somente crianças

Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
E os pintores e os vendedores
Fossem somente crianças

GATA
A cidade ideal de uma gata
É um prato de tripa fresquinha
Tem sardinha num bonde de lata
Tem alcatra no final da linha

JUMENTO
Jumento é velho, velho e sabido
E por isso já está prevenido
A cidade é uma estranha senhora
Que hoje sorri e amanhã te devora

CRIANÇAS
Atenção que o jumento é sabido
É melhor ficar bem prevenido
E olha, gata, que a tua pelica
Vai virar uma bela cuíca

TODOS
Mas não, mas não
O sonho é meu e eu sonho que
Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
Fossem somente crianças

Deve ter alamedas verdes
A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
E os pintores e os vendedores
As senhoras e os senhores
E os guardas e os inspetores
Fossem somente crianças

HOJE É DOMINGO

Hoje é domingo
Pé de cachimbo
O cachimbo é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Bate na gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo!
Variação:
Hoje é domingo
Pede cachimbo
O cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Bate na gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo

Pagode x Rock: Amor em debate.

Estava lendo uma postagem muito interessante no blog Sociedade Dionisíaca a respeito do Amor , cantado, lido e poetizado:


Quem está certo sobre o que é o amor ?
Será que o amor é aquilo que sentimos por pessoas e coisas que gostamos ou é apenas uma futilidade que quebramos a cabeça para descobrir que é um sentimento comum como qualquer outro?

DESTINO.

Destino

Quando o tempo me despir
e estando nu de minhas vaidades,
melindres inúteis,
mágoas cancerígenas,
sem nome, sem amor...
Como me apresento,
se houver um lugar,
sem saber quem sou?
Encontrarei outros,que como eu,
sequer tem uma tatuagem?



Milton Filho, 2010-12-12

FELIZ 2011


Christus factus est pro nobis obediens
Cristo tornou-se obediente por nós

usque ad mortem, mortem autem crucis.
até a morte, e morte de cruz.

Propter quod et Deus exaltavit illum
Por causa disso Deus O exaltou

et dedit illi nomen,
e conferiu a Ele o nome

quod est super omne nomen.
que está acima de todo nome.



A TODOS OS MEUS AMIGOS E FAMILIARES UM FELIZ 2011.

Roner S Gama

Só de Sacanagem.


Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!
Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!
E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.'
Vamo pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.
Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!'
E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quizer, vai dar pra mudar o final!

Composição: Elisa Lucinda

Qu@ndo te vejo.

Qu@ndo te vejo, te leio,te sinto
Repentino me sinto de desejo instruído
pelo que te vejo, te leio, te sinto
É a viril carne que não pensa,
parece pedra estéril,
Mas está quente, ativa
pela vida que pulsa
Qu@ndo te vejo, te leio, te sinto
Havendo vida, haverá desejo.
Sempre
Qu@ndo te vejo, te leio, te sinto.






Desejos Vãos.



Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrima
s de sangue na agonia!
E as Pedras… essas… pisa-as toda a gente!…

Florbela Espanca

 
 

Mariza interpretando o belo poema.

Governo Desgovernado

GOVERNO DESGOVERNADO

Governo desgovernado e o povo amealhado
Governo desgovernado e  o povo vaiado
Governo desgovernado e o país mijado
Governo governado por políticos adequados
Governo governado pela prática adequada
Governo governado por governo democrático
Governo governado pelo inadequado
Os desgovernados governam o governo desgovernado
O Governo do capital, o capital do governo ,a descapítalização da sociedade.
Governo de esquerda à esquerda,
Governo de direita à direita
 e o povo sem semente.

Roner Gama

Marisa Monte-Dança da solidão


Gosto desta música, talvez por eu ser um tanto misântropo, avesso a relacionamento, mocanbúzio,chato,enfim é uma música que me alegra  porque "dança eu dança você na dança da solidão... '
Roner Gama
DANÇA DA SOLIDÃO
Solidão é lava
Que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo...
Solidão, palavra
Cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão...
Viu!
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão...(2x)
Camélia ficou viúva,
Joana se apaixonou,
Maria tentou a morte,
Por causa do seu amor...
Meu pai sempre me dizia:
Meu filho tome cuidado,
Quando eu penso no futuro,
Não esqueço o meu passado
Oh!...
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão
Viu!
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão...
Quando vem a madrugada
Meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola
Contemplando a lua cheia...
Apesar de tudo existe
Uma fonte de água pura
Quem beber daquela água
Não terá mais amargura
Oh!...
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão
Viu!
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão...
Danço eu, dança você
Na dança da solidão...(2x)
Desilusão! Oh! Oh! Oh!.

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