Receituário De que fel preparava as porções que servia? O papel que rasgava era eu que escrevia? De que erva era o chá que o bule fervia? De que águas o mar que cortava de fria? De que sal o tempero que azedava o meu dia? De que fogo o luar que furioso latia? De que medos a tarde mastigava e mordia? De que arte marcial o furor apreendia? De que livro infernal as lições consumia? De que bem, de que mal se chorava, se ria? De que torvo quintal suas flores colhia? Reynaldo Jardim Publicado no jornal Correio Braziliense em 22 de dezembro de 2016. Caderno Diversão e Arte. Coluna Tantas Palavras, por José Carlos Vieira.